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Mente...Corpo...Espírito

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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Crescimento Psicológico - Individuação
Segundo Jung, todo indivíduo possui uma tendência para a individuação ou autodesenvolvimento. Individuação significa tornar-se um ser único, homogêneo, na medida em que por individualidade entendemos nossa singularidade mais íntima, última e incomparável, significando também que nos tornamos o nosso próprio si mesmo. Pode-se traduzir “individuação” como tornar-se si mesmo, ou realizar o si mesmo.
Individuação é um processo de desenvolvimento da totalidade e, portanto, de movimento em direção a uma maior liberdade. Isto inclui o desenvolvimento do eixo ego-self, além da integração de várias partes da psique: ego, persona, sombra, anima ou animus e outros arquétipos inconscientes. Quando se tornam individuados, esses arquétipos expressam-se de maneiras mais sutis e complexas.
Quanto mais conscientes nos tornamos de nós mesmos através do autoconhecimento, tanto mais se reduzirá a camada do inconsciente pessoal que recobre o inconsciente coletivo. Desta forma, sai emergindo uma consciência livre do mundo mesquinho, suscetível e pessoal do Eu, aberta para a livre participação de um mundo mais amplo de interesses objetivos.
Essa consciência ampliada não é mais aquele novelo egoísta de desejos, temores, esperanças e ambições de caráter pessoal, que sempre deve ser compensado ou corrigido por contra-tendências inconscientes; tornar-se-á uma função de relação com o mundo de objetos, colocando o indivíduo numa comunhão incondicional, obrigatória e indissolúvel com o mundo.
Do ponto de vista do ego, crescimento e desenvolvimento consistem na integração de material novo na consciência, o que inclui a aquisição de conhecimento a respeito do mundo e da própria pessoa. O crescimento, para o ego, é essencialmente a expansão do conhecimento consciente. Entretanto, individuação é o desenvolvimento do self e, do seu ponto de vista, o objetivo é a união da consciência com o inconsciente.
Como analista, Jung descobriu que aqueles que vinham a ele na primeira metade da vida estavam relativamente desligados do processo interior de individuação; seus interesses primários centravam-se em realizações externas, no “emergir” como indivíduos e na consecução dos objetivos do ego. Analisandos mais velhos, que haviam alcançado tais objetivos de forma razoável, constatou que tendiam a desenvolver propósitos diferentes, interesse maior pela integração do que pelas realizações, busca de harmonia com a totalidade da psique.
O primeiro passo no processo de individuação é o desnudamento da persona. Embora esta tenha funções protetoras importantes, ela é também uma máscara que esconde o self e o inconsciente. Ao analisarmos a persona, dissolvemos a máscara e descobrimos que, aparentando ser individual, ela é de fato coletiva; em outras palavras, a persona não passa de uma máscara da psique coletiva. No fundo, nada tem de real; ela representa um compromisso entre o indivíduo e a sociedade acerca daquilo que alguém parece ser: nome, título, ocupação, isto ou aquilo. De certo modo tais dados são reais, mas, em relação à individualidade essencial da pessoa, representam algo de secundário, uma vez que resultam de um compromisso no qual outros podem ter uma quota maior do que a do indivíduo em questão.
O próximo passo é o confronto com a sombra. Na medida em que nós aceitamos a realidade da sombra e dela nos distinguimos, podemos ficar livres de sua influência. Além disso, nós nos tornamos capazes de assimilar o valioso material do inconsciente pessoal que é organizado ao redor da sombra.
O terceiro passo é o confronto com a anima ou animus. Este arquétipo deve ser encarado como uma pessoa real, uma entidade com a qual é possível se comunicar e de quem se pode aprender. Jung faria perguntas à sua anima sobre a interpretação de símbolos oníricos, tal como um analisando a consultar um analista. O indivíduo também se conscientiza de que a anima (ou o animus) tem uma autonomia considerável e de que há probabilidade dela influenciar ou até dominar aqueles que a ignoram ou os que aceitam cegamente suas imagens e projeções como se fossem deles mesmos.
O estágio final do processo de individuação é o desenvolvimento do self. Jung dizia que o si mesmo é nossa meta de vida, pois é a mais completa expressão daquela combinação do destino a que nós damos o nome de “indivíduo”. O self torna-se o novo ponto central da psique, trazendo unidade à psique e integrando o material consciente e o inconsciente. O ego é ainda o centro da consciência, mas não é mais visto como o núcleo de toda a personalidade.
Jung escreve que devemos ser aquilo que somos e precisamos descobrir nossa própria individualidade, aquele centro da personalidade que é eqüidistante do consciente e do inconsciente. Dizia que precisamos visar este ponto ideal em direção ao qual a natureza parece estar nos dirigindo. Só a partir deste ponto podemos satisfazer nossas necessidades.
É necessário ter em mente que, embora seja possível descrever a individuação em termos de estágios, o processo de individuação é bem mais complexo do que a simples progressão aqui delineada. Todos os passos mencionados sobrepõem-se, e as pessoas voltam continuamente a problemas e temas antigos (espera-se que de uma perspectiva diferente). A individuação poderia ser apresentada como uma espiral na qual os indivíduos permanecem se confrontando com as mesmas questões básicas, de forma cada vez mais refinada. Este conceito está muito relacionado com a concepção zen-budista da iluminação, na qual um indivíduo nunca termina um koan, ou problema espiritual, e a procura de si mesmo é vista como idêntica à finalidade.
Fonte: http://www.psiqweb.med.br/persona/jung.html e http://www.psiqweb.med.br/persona/jung2.html(Dica do assinante Gilberto Ribeiro e Silva, de Porto Alegre/RS.)

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Dos Espíritos

Na construção do processo dialógico do Espiritismo, com profundo respeito às idéias diferentes, colocadas como reflexões de uma contextualização do conhecimento espírita, sem o caráter dogmático de inquestionabilidade, verificamos a necessidade de aprofundarmos nosso saber para preservarmos o progresso contínuo desta ciência. Sobre o estudo do tema “Dos Espíritos” contido no Livro dos Espíritos, segunda parte, capítulo I, formulamos algumas reflexões. Sobre a origem dos Espíritos, obtêm-se como resposta padrão, que não se pode dizer de que modo, nem quando o Espírito ou Princípio Espiritual foi criado, sendo um mistério o princípio das coisas. Sabemos, segundo a Doutrina Espírita, que o Princípio Espiritual ou Princípio Inteligente, quando se individualiza, passa a ser definido como Espírito. Mas não sabemos como se dá essa transformação, esse processo de individualização, do ponto de vista dos Espíritos, nem o período em que ocorre e se ocorre no planeta terra. Estas são algumas das indagações que fazemos e que necessitam de mais aprofundamento. Mesmo passando por uma transformação da qual não sabemos como se dá, o Princípio Espiritual não é matéria física, mas um ser inteligente da criação Divina. Acreditamos que os questionamentos realizados por Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, onde se busca uma melhor definição sobre a natureza dos Espíritos, são bastante coerentes, mas com respostas ainda imprecisas e complexas do ponto de vista de uma compreensão suficiente para o nosso atual momento evolutivo. Na questão 82 do já citado livro, Kardec pergunta aos Espíritos se seria certo dizer-se que os espíritos são imateriais. A resposta recebida não foi muito conclusiva: “dizer que os Espíritos são imateriais, não seria bem o termo, mas incorpóreo seria mais exato”. Ora, porque os Espíritos que ditaram as respostas, não acompanharam o raciocínio de Kardec afirmando que são imateriais, tendo em conta que os Espíritos não são matéria? Porque nas respostas seguintes, em questões semelhantes, afirmar-se a expressão “incorpóreo”? Os Espíritos hão de ser alguma coisa. Que coisa seria essa? Pensamos e refletimos que as respostas oferecidas estão corretas, desde que, seja considerado que os Espíritos são formados por uma substância elementar espiritual, de matéria não-física, sendo, portanto, matéria espiritual de difícil comparação elucidativa. Essa linha de raciocínio aqui exposta vai ao encontro do que diz Kardec, no comentário da questão 82 de O Livro dos Espíritos: “Dizemos que os Espíritos são imateriais, porque, pela sua essência, diferem de tudo o que conhecemos sob o nome de matéria”. Havendo outra natureza e definição de matéria, que não seja de origem física, mas de origem espiritual, seria certo dizer que os Espíritos são incorpóreos (não-corporal), mas constituídos por uma espécie de “matéria psi”, no dizer de Hernani Guimarães Andrade ou “matéria mental”, no dizer de André Luiz? Ainda estamos no campo das hipóteses. Faltam-nos dados de confirmação para assegurar tais questionamentos, mas verificamos que há lógica e racionalidade para considerar a existência de uma imaterialidade física do Espírito, com uma materialidade psi ou espiritual. Também quero salientar que não acredito que os Espíritos se confundiram nas respostas, nem que Kardec tenha criado alguma confusão na elaboração de seu raciocínio. A imprecisão que existe é fruto das indefinições e da falta de maiores aprofundamentos sobre assunto. Os conhecimentos extraídos hoje da física quântica, por exemplo, têm possibilitado uma maior compreensão dos níveis de matéria existentes no universo. A mecânica quântica não foi uma teoria elaborada no tempo de Kardec, mas os seus princípios teóricos podem se encontrados com outras denominações na síntese do Espiritismo. O esforço por tentar encontrar respostas cada vez mais próximas da realidade, se constitui no próprio esforço de atualização do Espiritismo. *Geylson Kaio é Psicólogo/Psicoterapeuta clínico, Consultor e Vice-presidente da ASSEPE.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Dr. Sérgio Felipe de Oliveira e a Glândula Pineal

O Dr. Sérgio Felipe de Oliveira faz palestra na Universidade de Caxias do Sul / Rio Grande do Sul, sobre a Glândula Pineal, com uma abordagem científica, relatando sua experiência e suas pesquisas. Certamente este tema é uma das questões mais controvertidas da humanidade: a possibilidade dos seres humanos se comuicarem com os ditos mortos. Dentro de sua área de pesquisa, a psiquiatria, o Dr. Sérgio Felipe amplia a necessidade de termos mais conhecimento sobre as noções do Espírito e sua interferência no organismo físico. Veja o vídeo e tire suas próprias conclusões. Este é o vídeo 1º de 7.

Vídeo 2 de 7

Vídeo 3

Obs: Por motivo de espaço, publicarei apenas estes 3 vídeos, salientando que existem outros 4 par completar a palestra do Dr. Sérgio Felipe de Oliveira.

Acesse: http://www.youtube.com/watch?v=4walu-hO9fQ e baixe os vídeos restantes.

Geylson Kaio

Psicólogo/Psicoterapeuta e Consultor

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A vida sexual dos Brasileiros

Baseado em um levantamento bastante completo sobre a vida conjugal e sexual dos brasileiros, patrocinado pelos laboratórios Pfizer e coordenado pela psiquiatra Carmita Abdo, do Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas, de São Paulo, alguns dados podem ser muito curiosos e despertam reflexões igualmente interessantes.
A pesquisa recolheu informações de quase 3.000 homens e mulheres entre 18 e 70 anos, de todas as classes sociais.
A média nacional de relações é de três por semana. Esse número pode parecer exagerado aos casais que entraram no inevitável período de estabilização, mas ele é um pouco maior que a média de relações nos Estados Unidos.
Quanto ao grau de satisfação com a qualidade da vida sexual, 60% das mulheres e 68% dos homens consideram que a sua qualidade sexual é muito boa ou ótima. Somados aos que escolheram a opção "regular", essa proporções sobem para 86% e 92%, respectivamente.
No que se refere às preliminares, ao contrário do que pode estar pensando a maioria das mulheres queixosas, 81% de suas colegas sexualmente ativas estão contentes com as carícias que recebem antes do ato. A novidade, que supostamente não acontecia em outras épocas, é que mais de 62% dos homens demonstram grande preocupação em satisfazer suas parceiras durante essa fase preparatória.
Essas cifras, possivelmente satisfatórias, espelham uma mudança significativa no comportamento sexual. A partir da liberação sexual dos anos 70, as mulheres começaram a exigir mais prazer na cama e os homens aprenderam que não bastava ir direto ao assunto.
O Perfil Sexual
A auto-avaliação feminina sobre o próprio desempenho sexual atingiu a nota 7 e a masculina, 8 (de 0 a 10). Esses números devem ser encarados com certa reserva, tendo em vista de ser natural as pessoas se superestimarem nessa questão.Entre as queixas mais freqüentes, a falta de orgasmo lidera e continua a afligir as mulheres. Cerca de um terço delas não consegue atingi-lo. A explicação mais plausível para esse fato ainda é a mesma de antigamente, ou seja, a maior parte não tem orgasmo por medo, culpa ou porque o parceiro é rápido demais.
Outro problema predominantemente feminino é a falta de desejo - 35% das mulheres não sentem nenhuma vontade de ter relações. Esse é um número extremamente elevado. De vez em quando somos tentados a dizer para clientes masculinos preocupados com sua performance sexual que, muito provavelmente, sua esposa terá maior satisfação quando ele vira pro lado e dorme.
Problemas Orgânicos?
Ao contrário do que gostaria a maioria das mulheres sexualmente mais lentas, do ponto de vista médico está mais do que provado, serem raros os casos em que essa disfunção é causada por limitações físicas, como por exemplo, o baixo nível de hormônios ou outra causa ginecológica.
Decisivos mesmo na regulagem do apetite sexual da mulher são os fatores psicológicos (Veja Desejo Sexual em PsiqWeb). No Brasil, acreditam os especialistas, há ainda uma questão cultural que atua como inibidor da libido feminina: a angústia de não corresponder à imagem da mulher ideal, dos sonhos masculinos, dessas que rebolam na televisão e posam para revistas masculinas. Numa sociedade altamente erotizada, que privilegia cada vez mais o "corpão" e a "poposuda", a cama pode ser o palco de uma tremenda frustração para quem não apresenta medidas e desempenho próximos da perfeição.
Já suspeitado, o que mais assombra o universo masculino (54%) é o medo de perder a ereção na hora H. Mas esse medo não é infundado, pois as disfunções como ejaculação precoce e impotência afetam grande parte dos brasileiros (Veja Disfunção Erétil masculina e Ejaculação Precoce em PsiqWeb). A ejaculação precoce costuma ser um pesadelo para quase a metade dos homens entre 18 e 60 anos. A incidência é maior entre os mais jovens, que são os mais ansiosos.
Cerca de 40% dos homens entre 30 e 50 anos apresentam algum grau de impotência. Muitos casos, principalmente até a meia-idade, têm motivos psicológicos e, quase sempre, estão ligados a stress e depressão. A partir dos 50 anos, os fatores físicos costumam estar na origem dos distúrbios eréteis. Entre eles, a hipertensão, o diabetes, o colesterol alto ou o desequilíbrio na produção do hormônio masculino testosterona.
Primeira Vez
Há séculos (atualmente ainda em várias culturas) era exigido que a mulher fosse virgem ao casar, porém, principalmente a sociedade ocidental vem aceitando cada vez mais as relações sexuais pré-matrimoniais. Mas, de um modo geral, a primeira experiência sexual da mulher ainda pode determinar algum de conflito pessoal e/ou familiar.
Muitas garotas a consideram a perda da virgindade um passo fundamental em seu desenvolvimento pessoal (e até social), na maioria dos casos não se exigindo que o primeiro parceiro sexual seja o definitivo. Os conflitos pessoais que essa conduta mais liberal da perda (doação) da virgindade podem proporcionar são produzidos pela incerteza do momento, da atitude e da escolha do parceiro.
Boa parte das adoelescentes que deixam de ser virgens são motivadas pela necessidade de inserir-se em um contexto de liberalidade "progressista", ou seja, para não se sentirem à margem das outras adolescentes que já experimentaram o sexo. Veja na coluna ao lado a afirmação de que "a adolescente que ainda não perdeu a virgindade é questionada pelas amigas e até ridicularizada". O risco neste tipo de comportamento é transformar a liberdade sexual em obrigatoriedade sexual. Nesse caso o parceiro, que deveria ser a peça importante da relação, passa a ser apenas o instrumento de execussão do ato.
Existem ainda aquelas mocinhas que, temendo ficarem sozinhas, enfrentam a concorrência das demais e cedem sexualmente com o propósito de tentar garantir um namorado ou, inocentemente, comportam-se da maneira que julgam esperar dela. Os conflitos e frustrações surgem quando percebem que, além de muitas vezes a relação sexual não ter sido tão prazerosa, a atitude sexual liberal teve efeito contrário sobre as furturas intenções do companheiro, afastando-o ao invés de prendê-lo.
Referência:
Ballone GJ - A Vida Sexual (do Brasileiro) - in. PsiqWeb, Internet, disponível em <http://gballone.sites.uol.com.br/sexo/revolusexo.html>, revisto em 2004

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Mudando Paradigmas

Precisamos de novas formas de explicação do real, novos modelos de referência para intervir no mundo. Esta evidência se faz notada pela dificuldade de explicação satisfatoriamente há uma imensidão de experiências ditas espirituais, estados alterados de consciência, percepção extra-sensorial, mediunidade, etc., e suas inter-relações com o universo macro cósmico. Diante da ciência oficial, todos aqueles que se aventuram por este caminho são desqualificados por uma falta de critério ou método capaz de medir, predizer e afirmar com exatidão a veracidade destes fenômenos, destas experiências. Mas a ciência evolui. É fundamental que a ciência continue suas pesquisas no campo da materialidade, mas é muito importante também, que ela considera e abra espaços de pesquisas para os fenômenos que transcendem a experiência imediata dos sentidos físicos. Esta abertura se dará quando houver uma ruptura com o paradigma predominante, concebido pela dualidade e separação dos objetos de estudo. O renomado Biólogo Austríaco Ludwing von Bertanlanffy (1901-1972), criador da Teoria Geral dos Sistemas, preocupou-se em transpor as barreiras existentes no âmbito das disciplinas científicas, propondo uma nova forma de investigação da ciência sem as divisões e fragmentações com especializações. Certamente que esta visão, ou cosmovisão, não é tão amplamente utilizada pela maioria dos teóricos e experimentadores da ciência, mas com certeza é uma perspectiva em evolução para exploração, intervenção e análises dos fenômenos. Esta teoria pode ser concebida como uma teoria de princípios universais com aspectos interdisciplinares, uma metaciência. Esta perspectiva teórica é um esforço para elabora uma síntese do conhecimento, sem a eliminação das diferenças, nem a separação do que seja fenômeno material, do que seja fenômeno não-material (metafísico, espiritual, da consciência).
Esta teoria fala de totalidades, de organizações de sistemas e de suas inter-relações.
Como o modelo de ciência vigente não se abre amplamente para esta nova configuração e interpretação do real de modo satisfatório, paralelamente a esta modo científico de produção, se desenvolve uma diversidade de alternativas teóricas/experimentais para incluir novas visões e novos saberes ao modelo científico atual. Se o nosso universo é um emaranhado de inter-relações sistêmicas, do micro ao macrocosmo, ordenadamente inteligente e rico de possibilidades infinitas, não podemos nos limitar a explicações unidirecionais e mutuamente excludentes. Uma nova concepção de mundo implica uma profunda mudança de mentalidade. E você... Está pronto para as mudanças? Geylson Kaio Psicólogo/Psicoterapeuta e Consultor

sábado, 2 de agosto de 2008

O fenômeno da fé sob a perspectiva da consciência

Usualmente tem-se o conceito de Fé inseparável do conceito de religião. Esses conceitos criados pelos homens, foram sendo passados de geração em geração através de vários métodos, pela contação de histórias, pelos relatos de fatos extraordinários, pela experiência direta de fenômenos transpessoais, etc.
O fato é que a experiência da Fé é algo intrigante e volátil ao mesmo tempo. Muitos acreditam piamente na experiência mística como solução de problemas humanos e sobre humanos. Outros acreditam cegamente na revelação do sagrado como o sentido ultimo da vida e se portam como agentes propiciadores da divindade na terra. E outros se relacionam com a Fé num misto de desconfiança e incredulidade por não encontrar na explicação da Fé, o sentido de experiência significativa, e desta forma, não serve como referência na vida.
A verdade é que temos tido motivos para acreditar em várias coisas e ao mesmo tempo não acreditar em nada. Esta postura mental e existencial é um desafio de natureza transpessoal. Recolocando um outro sentido ou simplesmente explorando os vários significados que o conceito Fé pode nos proporcionar, veremos que este fenômeno está em posição contrária ao que se verifica no seu uso mais geral e habitual.
Segundo o dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa 1.0, a palavra Fé assume alguns significados diferentes, como por exemplo, a primeira das três virtudes teologais; confiança absoluta (em alguém ou em algo); credito; asseveração; afirmação; comprovação de algum fato; crença religiosa sem fundamentos racionais; compromisso assumido de ser fiel a palavra dada, de cumpri exatamente o que se prometeu; credibilidade que deve ser dada ao documento no qual se funda; etc. Vários significados para uma única expressão. Significados diversos, mas todos procurando dar como certo o fato da existência de uma relação de confiança mantida e estabelecida pelo homem.
A confiança é uma força intima que impulsiona aquele que a tem. É um sentimento de segurança interior que atesta a existência da coragem e da vontade de fazer. Portanto, a Fé é um conceito inseparável do conceito de Confiança. Não é possível existir Fé, sem a existência da Confiança. E a confiança é a certeza de que algo será cumprido, realizado. É a esperança e o otimismo aliados na certeza do que se quer.
Sob a perspectiva da consciência, verificamos que o elemento mais importante da noção de consciência é a intencionalidade. A intencionalidade diz daquilo que eu dirijo, daquilo que faço com vontade, com propósito, procurando da um sentido e significado. A consciência é algo vivo e em constante interação com os conteúdos psíquicos do ser. Mas nem tudo está plenamente consciente em nós. Temos aspectos comportamentais, por exemplo, de que ainda não estamos utilizando de maneira intencional, consciente. Ao conversar com uma pessoa que não nos agrada e que gostaríamos de evitar contato, por exemplo, podemos estar tendo experiências conscientes, intencionais, sendo educado e ao mesmo tempo, podemos estar demonstrando um desagrado com uma postura corporal sem que percebamos isso. Na medida em que eu sei que isto está acontecendo, ou seja, na medida em que eu estou consciente destes comportamentos, poderei ser mais autentico e expressar-me com mais sinceridade e leveza. A consciência é um elemento que torna vivo aquilo que aparentemente estava morto ou pelo menos indisponível para a consciência.
Neste sentido, a Fé é uma experiência da consciência, onde os fenômenos ocorrem na medida intencional da vontade e da confiança na realização de suas expectativas e certezas. Sem o uso consciente da nossa vontade, não é possível termos um fenômeno de Fé. Sem a existência de um sentido ou significado para a vida, não é possível continuar vivendo. Muitas mortes por suicídios são originárias da falta de sentido na vida. A vontade de viver e o uso consciente das nossas habilidades e potencialidades nos tornam cada vez mais um ser em constante processo de auto-transformação, em busca da profunda experiência divina realizadora.
Geylson Kaio
Psicólogo/Psicoterapeuta e Consultor

A Marcha dos Pinguins

A milhões de anos os pingüins-imperadores são capazes de sobreviver no deserto gelado e insuportável do continente Antártico. Os pingüins são verdadeiros dançarinos de uma melodia tocada à milênios pela mãe natureza. A cada temporada de verão, a comunidade dos pingüins do Antártico, se desloca para uma região especifica, onde se protegem e se acasalam, perpetuando a espécie. São nove meses de uma profunda aventura em defesa da vida e do amor, e três meses de e delícias no oceano.
Os vários pingüins existentes na região Antártica, se deslocam e se agrupam formando uma só unidade, na qual resistem e sobrevivem de corpo e alma. A luta pela sobrevivência só é possível por causa do senso de unidade à que todos se condicionam. Quando a ventania gélida avança, comprometendo a própria vida, eles se aglomeram uns aos outros, formando um extenso conjunto de corais comparados a um casco de tartaruga, tal a solidez de suas roupas especiais. Não obstante a tudo isso, eles ainda giram entre si, numa espécie de redemoinho, para gerar mais energia aos que estão no centro do grande circulo.
Estes elegantes pingüins são comparados a graciosos dançarinos da natureza, por causa de seus rituais de amor e poesia para o tão esperado ato de acasalamento. Quando as fêmeas procuram e acham seus parceiros ideais, tanto o macho como a fêmea, mantêm-se fieis um ao outro, pelo período mínimo de um ano, que é quando completa o ciclo das mudanças de seus hábitos e costumes. É possível que estes parceiros sobrevivam e continuem a sua longa jornada, mantendo-se, unidos pelos laços do amor. Antes que o acasalamento aconteça, eles se namoram e dançam, em busca de uma harmonia perfeita para o tão maravilhoso momento de suas vidas: amar e preserva a espécie.
Após o acasalamento é esperado que no ventre das fêmeas esteja em desenvolvimento um belo e corajoso filhote de pinguin. Quando a mãe-pinguin coloca o ovo, cabe ao pai ensaiar e cuidar da tenra vida que acaba de surgir, onde sob sua responsabilidade, deverá manter aquecido e protegido seu filhote, enquanto a mãe vai em busca de comida para si e para o pequenino rebento. Esta marcha em busca de alimento leva, aproximadamente, a mesma quantidade de tempo que levaram para chegar onde estão, em torno de 20 á 30 dias de longa caminhada. Passam-se aproximadamente 4 meses, quando as mães-pinguins retornam para alimentar os seus filhotes, que já nasceram, mas não comeram, e os pais devolvem os filhotes as suas mães, que como no ritmo harmonioso de uma dança, é a sua vez de procurar alimento para se manter vivo.
Após esse longo ciclo de idas e vindas, superando desafios existenciais profundos, a família de pingüins se reencontra e, finalmente, podem curtir alguns momentos juntos antes de se separarem para refazerem sua caminhada, demonstrando que cada um dos parceiros-dançarinos sabe exatamente até onde podem ir com relação aos cuidados dos filhotes, uma vês que eles também precisam crescer, se desenvolver e continuar a marcha dos pingüins.
Que história! Quanta coisa podemos aprender com a natureza! Ela realmente não dá saltos. Se nós estivermos bem atentos a tudo o que acontece perto de nós, paralelo à vida humana, e pudermos apreender os ensinamentos milenares formados pelos nossos antecessores, estaremos bem mais felizes e cumpridores das nossas missões, realizando nossos desejos, sublimes desejos, e preservando a cultura do trabalho, da solidariedade, do amor, da esperança, da plenitude e da continuidade da vida humana.
Geylson Kaio
Psicólogo/Psicoterapeuta e Consultor